Cinzas de Preta Gil serão transformadas em diamante; entenda a técnica

Parte das cinzas serão jogadas no cais baiano onde ela se sentia em casa
Foto: Divulgação
As cinzas de Preta Gil serão transformadas em diamante, cumprindo um desejo deixado pela cantora e abraçado por familiares e amigos próximos. Segundo a família, parte das cinzas será lançada no mar da Bahia, onde Preta se sentia em casa, enquanto outra parte passará por um processo tecnológico que transforma o material em uma joia única e eterna.
A escolha reflete uma técnica em crescimento no Brasil: o diamante memorial. Trata-se de uma forma simbólica e sofisticada de homenagear entes queridos, humanos ou pets, por meio da criação de um diamante sintético feito a partir do carbono presente nas cinzas ou até em fios de cabelo. O procedimento, segundo especialistas, pode levar de seis a oito meses e resulta em pedras preciosas que variam em tamanho, cor e valor.
Famosos como o apresentador André Marques também já recorreram à técnica. Ele eternizou sua cachorra Gorda em um pingente e um par de brincos feitos com as cinzas do animal. “Que loucura! Já é lindo porque é diamante, mas tem um pedacinho dela aqui. É uma lembrança eterna”, disse ele em vídeo publicado nas redes sociais, emocionado.
A cantora Luiza Possi também procurou a empresa para criar um diamante a partir das cinzas do pai, Líber Gadelha, guitarrista e produtor musical falecido em 2021. Ela pretende usar a joia em suas apresentações, como forma de manter a presença simbólica do pai nos palcos.
Transformar cinzas em diamante
O processo, chamado de HPHT (High Pressure High Temperature), simula as condições naturais de formação de diamantes no interior da Terra. Nele, o carbono das cinzas é isolado, transformado em grafite e, em seguida, submetido a altas temperaturas e pressão — cerca de 1.500ºC. O resultado é um diamante sintético, que pode ter cores como incolor, azul, amarelo ou rosa.
A empresa Stargen Diamonds, especializada nesse tipo de memorial, explica que os preços variam conforme a quilatagem: de R$ 9 mil, para 0,5 quilate, a até R$ 175 mil, para pedras de 10 quilates. Segundo o sócio Márcio Miyasaki, “não se trata apenas de uma pedra preciosa, mas da materialização de uma memória e um vínculo afetivo que se perpetua no tempo”.
Apesar de parecer novidade, a técnica foi criada na Suíça no início dos anos 2000 e já é consolidada em países como Estados Unidos, Japão e Espanha. Além das cinzas, é possível utilizar fios de cabelo, restos de placenta (em casos de parto), casco de cavalo, penas de aves e até mesmo vinho — desde que o material contenha carbono suficiente para o processo.
FONTE MAIS GOIAS