UTI do Hugo é a melhor do País
Quem entra no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) hoje tem a certeza de que a realidade é bem diferente da de cinco anos atrás. Da recepção às UTIs, dos equipamentos ao atendimento médico prestado, da agilidade, da modernização, da limpeza, tudo está bem distante dos problemas vividos no passado. Quando o governador Marconi Perillo reconheceu a falência e o esgotamento do então modelo de gestão do hospital público, que estava sempre superlotado, com equipamentos obsoletos e quebrados, com falta de remédios e de profissionais, ele buscou nas Organizações Sociais a inovação, o aprimoramento da gestão.
O Hugo passou a ser administrado pelo Instituto Gerir, Organização Social (OS), em 2012. Após cinco anos, o Hospital melhorou a assistência e oferece aos pacientes uma garantia de bom atendimento. Ampliou os serviços, modernizou suas instalações e equipamentos e otimizou os recursos. Nesse período, o hospital passou de 235 leitos para 407 (evolução de 73%), e ainda aumentou os leitos de UTIs, saltando de 44 para 58. O número de cirurgias mensais também aumentou e a taxa de infecção dos pacientes internados na UTI, que era de 72%, caiu para 9% atualmente.
Investimentos em UTIs
O Hospital de Urgências de Goiânia foi construído com o perfil de atendimento de urgências e emergências, onde a maioria dos pacientes chega com politraumatismos graves. Investimentos em suas UTIs são prioridade para a unidade hospitalar. Neste ano, cerca de R$ 8 milhões serão investidos em obras de reforma e ampliação, incluindo uma nova reforma das UTIs (uma grande reforma foi feita em 2016) que pretende elevar de 58 para 66 o número de leitos. O dinheiro a ser investido servirá também para expansão dos leitos de observação, adequação da cozinha, construção do laboratório e da nova Agência Transfusional.
Um novo projeto começa a vigorar a partir do próximo mês no Hugo no sentido de melhorar o atendimento nas UTIs. Será implantado o Projeto de Visita Ampliada nas UTIs, uma iniciativa que tem o objetivo de comprovar aquilo que a literatura médica já disserta: a presença da família reduz o tempo de internação, diminui o período de ventilação mecânica, o paciente apresenta menos delírios e se sente mais seguro por ter um familiar querido ao seu lado.
A UTI 2 do Hugo foi a única selecionada de Goiás, junto a outras 35 no Brasil, pela estrutura física que dispõe e pelo histórico de já permitir que alguns acompanhantes passem mais tempo com seus familiares. Estas Unidades de Terapia Intensiva foram escolhidas pelo Hospital Moinho dos Ventos, hospital de alta excelência de Porto Alegre, num projeto em parceria com o Ministério da Saúde.
Garantia de bom atendimento
Hoje, totalmente reformado e reequipado, o Hugo conquistou o Selo de Qualidade concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e principalmente, conquistou a aprovação do público. Em 2016, as UTIs do Hugo passaram por uma ampla reforma e hoje, os pacientes e seus familiares usufruem de um espaço mais humanizado e menos artificial capaz de ofertar um atendimento sem a burocracia presente em tantos outros hospitais de âmbito nacional. A estrutura da UTI era de 25 anos sem melhorias. A estrutura física que o Hugo tem hoje em UTIs não se baseia apenas na estética dos espaços – que ajuda a minimizar o ambiente hostil –, mas também possibilita um tratamento eficaz, com materiais, insumos, medicamentos e corpo técnico competente para oferecer conforto e segurança no tratamento.
Vinte dos 58 leitos ganharam equipamentos de última geração e tecnologia de ponta. Foram instalados pontos de hemodiálise, respiradores modernos e camas elétricas – que auxiliam na assistência, garantindo comodidade tanto para os enfermos quanto para os colaboradores.
Janelas de blindex proporcionam o contato dos internos com a luz do dia, o que auxilia na recuperação. Televisores com som direcionado e individualizado em cada leito também são melhorias diferenciadas, pois oferecem maior noção de espaço físico e de tempo ao paciente internado.
Queda na taxa de mortalidade
Toda essa conduta resulta em taxa de mortalidade reduzida, tempo de permanência menor e menos quadros que geram complicações ao longo do tratamento, ressalta o coordenador da UTI 2, o médico intensivista Alexandre Amaral, que é pós-graduado em Medicina Intensiva Adulto pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Ele explica que a taxa de mortalidade na UTI 2, com perfil para enfermo grave, politraumatizado, submetido a procedimento cirúrgico é abaixo da média, com um índice variando de 15% a 17%.
Alexandre explica que quando a OS assumiu a gestão do Hugo, foi feito um estudo estatístico sobre o índice de mortalidade na UTI 2 para avaliar o antes e o depois. Segundo ele, quando o Hugo ainda contava com gestão direta feita pelo Estado, o índice de mortalidade era 68% , “um índice extremamente alto. Hoje a mortalidade varia de 15%, 17% a 20% dependendo da gravidade que o paciente chega. Isso não tem como questionar, estamos salvando mais vidas! É estatística. E isso é uma satisfação muito grande, como coordenador da unidade e como médico. Ele esclarece ainda, que existe um índice de prognóstico de mortalidade que é usado no mundo todo, o Saps 3, que é de 40%, enquanto o nosso índice também é bem abaixo desta média.
A estrutura aqui está garantida, temos constantes investimentos, mas o atendimento, a logística é inacreditável, de qualidade”, comemora.
Garantia de qualidade
A busca pela melhoria física e de atendimento prestado classificou o Hugo como um dos três melhores hospitais públicos em atendimento a traumas do Brasil. O hospital tem recebido o reconhecimento pelo elevado padrão de suas UTIs e conquistou a Acreditação Nível 1 da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Na prática, isso significa que a unidade possui um certificado de qualidade dos serviços de saúde que é concedido a apenas 4,61% dos 6.140 hospitais de todo o Brasil. No que diz respeito ao atendimento de trauma, apenas três unidades públicas do País contam com a acreditação da ONA: o Hugo, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC–FMUSP) e o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa (PB).
Referência em microcirurgia
O Hugo é também referência em microcirurgia no Centro-Oeste, procedimento utilizado para reimplantar uma parte do corpo amputada em acidente ou na confecção de grandes retalhos para reconstrução de partes do corpo. Utilizando instrumentos de precisão, médicos especializados emendam nervos e vasos capilares para o reimplante dos membros.
Pela primeira vez foi realizada em um hospital público de Goiânia uma cirurgia da reconstituição da face de um paciente usando a tecnologia 3D. Walber Lima Santana, motorista de transporte escolar em Araguaína (TO) . Ele sofreu um grave ferimento por arma de fogo no rosto. A lesão de alto impacto provocou uma fratura destrutiva em seu osso zigomático (maçã do rosto) resultando em um afundamento facial. Uma parceria entre os setores de Neurocirurgia e Bucomaxilofacial foi formada para realizar a primeira cirurgia simulada por impressão 3D, totalmente desenvolvida no Hugo.
Hugo em números
Em 2016, o Hugo realizou 2.278.313 atendimentos de emergência, classificação de risco, retorno, cirurgias, exames de imagem, exames laboratoriais, fonoaudiologia, fisioterapia, odontologia, psicologia, nutrição e transfusões de sangue. A média mensal é de 189.860 atendimentos e a média diária é de 6.225. Em 2015, o total geral foi de 2.148.917, com uma média mensal de 179.076, e uma média diária de 5.887.
Serviços
Referência no atendimento de urgência e emergência no Centro-Oeste, o Hugo presta atendimento nas áreas Bucomaxilofacial, Cirurgia geral, Cirurgia torácica, Fraturas expostas, Neurocirurgia, Politraumas, Urgências vasculares. Os pacientes chegam tanto por demanda espontânea, em menor proporção, como pela emergência e pelo pronto atendimento. Engloba também serviços especializados nas especialidades de Cardiologia, Clínica médica, Coluna, Geriatria, Nefrologia, Neurologia clínica, Pediatria, Urgência odontológica.
Conta, atualmente, com uma equipe multi e interdisciplinar que envolve serviços de Endoscopia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Hemotransfusão, Imaginologia, Nutrição e dietética, Psicologia, Radiologia, serviço social.
O Hugo possui infraestrutura de Banco de sangue, Central de material de esterilização, Engenharia clínica, Farmácia, Núcleo interno de regulação e Serviço de hotelaria.
Na avaliação do secretário de Saúde, Leonardo Vilela, a transferência da gestão das unidades de saúde para as OSs em Goiás foi uma decisão acertada, que muito contribuiu para a melhoria do atendimento à população.