Caiado passa a considerar alternativas para projeto presidencial

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil), começou a avaliar novos caminhos para seu projeto presidencial de 2026. A decisão ocorre em meio ao novo cenário político criado pela superfederação entre União Brasil e Progressistas e ao embate público com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido aliado, que expôs divergências profundas dentro do bloco.
De acordo com interlocutores ouvidos pela coluna, Caiado deve iniciar conversas com Podemos, presidido nacionalmente pela deputada federal Renata Abreu, com quem deve se reunir ainda na primeira quinzena de outubro. O diálogo é visto como um ensaio inicial, mas com potencial de evolução.
“Estamos em gestação, mas vejo o desenho de um projeto promissor”, afirmou à coluna, o deputado federal Glaustin da Fokus, que comanda o Podemos em Goiás. “Colocamos o partido à sua disposição porque acreditamos no seu projeto”, destaca. Paralelo à isso, já estava na mesa do governador conversas iniciadas ainda em abril com o Solidariedade.
A articulação era vista mais como um desejo do presidente da sigla, o deputado federal Paulinho da Força do que de Caiado, que chegou a agradecer o convite, mas sustentou que permaneceria no União Brasil. Agora, a situação tende a mudar.
O movimento ganha força após o embate direto entre Caiado e Ciro Nogueira, que, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou ver apenas dois nomes viáveis da direita para a corrida presidencial: os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR). O senador é um dos mandatários da superfederação União Progressistas.
A fala foi interpretada como um veto explícito às pré-candidaturas de Romeu Zema (Novo-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do próprio governador de Goiás. Em resposta, Caiado classificou a postura do senador como “vergonhosa” e o acusou de se autoproclamar “porta-voz do presidente Bolsonaro”, papel que, segundo o goiano, “ele não tem”.
“Não dependo de aval de Ciro Nogueira”, reagiu Caiado nas redes sociais.O governador afirmou que o senador presta “um enorme desserviço à direita” ao tentar definir, de forma excludente, quem deve representar o campo conservador em 2026. Em tom ácido, lembrou ainda que o piauiense “um dia já jurou amor eterno ao Lula” e que “não tem força sequer para se reeleger em seu estado”.
Caiado também evocou a lição de Antônio Carlos Magalhães, ao afirmar que “para ter voz nacional, é preciso ser respeitado em seu estado”. O governador destacou ter 88% de aprovação em Goiás, o maior índice entre os governadores do país, segundo as últimas pesquisas. “Sugiro ao já quase ex-senador que tenha mais moderação e respeito com os demais nomes que colocam suas pré-candidaturas à avaliação popular”, escreveu.
A troca de farpas aprofundou de vez as divergências dentro da nova federação União Brasil–PP e acelera a busca de Caiado por alternativas partidárias. Nos bastidores, aliados afirmam que o governador deseja uma legenda que garanta autonomia para consolidar sua candidatura e estrutura nacional para sustentar um projeto de centro-direita independente.
Em entrevista ao Poder360, Caiado reafirmou o plano de disputar o Planalto. “Se em 1989 o PDS não quis me dar a legenda e eu em pouco tempo fiz o PSD, por que agora não vou conseguir ter um partido para concorrer ao Planalto? Já está decidido e eu vou ser candidato a presidente em 2026”, disse.
fonte mais goias