Darrot retoma articulações em Goiânia: “estou determinado a seguir em frente”
Ex-prefeito de Trindade e alçado a pré-candidato em Goiânia pela base caiadista, o empresário Jânio Darrot (MDB) viu seu projeto quase ser sepultado quando, há aproximadamente duas semanas, ocorreu uma ação da Polícia Civil que mirava seu mandato como chefe do poder Executivo em 2013. Agora, ele resiste e promete voltar ao jogo eleitoral numa tentativa de fortalecer sua pré-candidatura.
Com bens bloqueados, Jânio até deu algumas explicações por meio de entrevistas com veículos de comunicação nos dias subsequentes, mas se fechou e optou por um período de silêncio. O mundo político entendeu que não havia condições de continuar com o projeto e a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) chegou a cogitar outros nomes para o processo. “Eu precisava de dar um tempo para as pessoas assimilarem tudo que aconteceu e que elas fizessem cada um a sua análise”, destacou em entrevista ao Mais Goiás.
Mas o tempo passou e Jânio decidiu que era hora de voltar ao jogo. O empresário revelou que está mais disposto do que antes para patrocinar o projeto. Agora, é hora de ir atrás de lideranças políticas, empresariais e mostrar que sua pré-candidatura não é uma aventura política, tampouco tiro no escuro, ou balão de ensaio. “Eu estou ainda mais determinado, com disposição e vontade de seguir em frente. Vamos construir essa candidatura e eu preciso muito de apoio de cada um. Eu vou persistir”, salientou.
Mais ainda: projeta, em dois meses consolidar a pré-candidatura no mundo político e definir a situação junto a base caiadista. “Mais dois meses pela frente, eu acredito que essa pré-candidatura estará consolidada. E vamos ter o apoio do governador como eu já tenho agora. Eu não tenho dúvidas que o governador também torce para que tudo dê certo e eu possa viabilizar essa pré-candidatura. Só me serve viabilizar essa candidatura”, destaca.
Leia a entrevista na íntegra com o ex-prefeito de Trindade e pré-candidato a Prefeitura de Goiânia, Jânio Darrot:
Domingos Ketelbey: Muitos disseram que sua candidatura foi sepultada após a operação da PC. Como avalia isso?
Jânio Darrot: Realmente, para mim foi uma surpresa desagradável. Não esperava nunca por uma coisa dessas. Principalmente, uma acusação de 2013, onze anos depois, sendo que todas as contas da minha gestão foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Município, além da fiscalização de órgãos de controle como o Ministério Público. Durante os meus oito anos de administração, tive zelo pela coisa pública e também lisura em todos os nossos atos.
Os bens do senhor foram bloqueados. Já está resolvendo essa questão?
Jânio Darrot: Isso gerou muito constrangimento, não só pra mim, mas pra minha família. Estamos recorrendo dessa decisão. Vamos juntar todas as documentações necessárias e vamos demonstrar que não existe nada ilícito, nem fraude durante a nossa gestão. Nem em 2013, nem nos anos subsequentes até 2020. Com relação a isso, estou tranquilo e a verdade está do nosso lado. O caso já está entregue para uma banca de advogados. Os primeiros dias foram de entender o que realmente estava acontecendo e agora a defesa vai tomar as providências necessárias. Agora eu vou seguir minha vida em frente. Tanto a vida familiar, pessoal, empresarial e também vamos deixar isso pra trás e seguir em frente com a vida política.
A poeira já abaixou?
Jânio Darrot: Eu acredito que estou muito seguro em ter a verdade do meu lado. Não estou preocupado com o resultado negativo dessa ação porque eu acredito na Justiça e eu tenho certeza que ela vai prevalecer. No meu caso, não existe dolo nenhum e tampouco qualquer situação de fraude na minha gestão. Eu me sinto até mais fortalecido para seguir em frente. Antes eu estava um pouco cauteloso, agora a partir da semana que vamos retomar as nossas agendas e vamos buscar a viabilidade da nossa pré-candidatura. Buscar o apoio e conversar com todas as lideranças políticas da base. Finalmente, depois com o governador, se houver entendimento que o meu nome é consistente e livre de qualquer suspeita com a confiança da base aliada, sem dúvidas nenhuma estarei dentro do processo. A minha determinação agora é maior ainda.
Depois da ação, o senhor deu entrevista para alguns veículos de comunicação, mas depois desapareceu do cenário público. O que aconteceu durante o período e porque o senhor optou pelo silêncio?
Jânio Darrot: Eu precisava de dar um tempo para as pessoas assimilarem tudo que aconteceu e que elas fizessem cada um a sua análise. O que eu percebi é que a análise da sociedade de uma maneira geral, tanto na classe política como nos meios de comunicação, é que realmente não tem provimento nenhum essa ação. Agora sim, eu vou retomar as atividades e investir na viabilização dessa pré-candidatura já para ser candidato mesmo. Agora, com total determinação.
A partir da semana o senhor retoma as atividades. Já tem agendas marcadas com lideranças políticas, empresariais? Quem o senhor vai procurar?
Jânio Darrot: Estou procurando todos os líderes, presidentes de partidos, vou buscar uma agenda com o Agenor Mariano que é presidente metropolitano do meu partido. Vou buscar falar com toda a base aliada. Quero conversar com a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, a Câmara dos Vereadores de Goiânia, o secretariado do governador Ronaldo Caiado, especialmente aqueles que lidam com a parte político e também os técnicos.
Falei com o Agenor Mariano na semana passada e ele me disse que era necessário avaliar se sua pré-candidatura teria fôlego. O senhor acredita que sua pré-candidatura terá esse fôlego?
Jânio Darrot: Eu vi essa declaração do Agenor e acho que ele colocou muito bem o momento. Ele disse que eu dei dois passos atrás, mas precisávamos avaliar se dava pra dar cinco passos pra frente. É isso que vou fazer. Dei dois passos para trás mas vou dar os cinco passos à frente que ele sugeriu. É isso que quero falar não só pra ele, como para os presidentes do partidos e pessoas importantes no processo que compõe a base aliada. Eu estou ainda mais determinado, com disposição e vontade de seguir em frente. Vamos construir essa candidatura e eu preciso muito de apoio de cada um. Eu vou persistir. Muitas portas talvez não vão se abrir num primeiro momento, mas na política é assim, e eu entendo os processos de construção de candidatura e é o que farei.
Nesse intervalo de quinze dias, a base passou a considerar outros nomes. Comenta-se que a base vai tentar investir novamente na Ana Paula Rezende, surgiu uma sondagem ao José Vitti e uma especulação que o governador já negou sobre o Wilder Morais ser pré-candidato. Como vê essas investidas e movimentações?
Jânio Darrot: É natural e faz parte do processo político. É bom que haja um maior número de pessoas dispostas a participarem do processo. São pessoas preparadas para administrar Goiânia é bom ver isso. Assim como o Bruno também tá ai. Ele projeta de ser deputado federal, mas eu tenho certeza que se chamar ele, ele estará presente para contribuir com Goiânia. Eu vou trabalhar para ser um dos nomes dessa base entre essas movimentações que estão acontecendo. Agora, eu vou intensificar minhas visitas e com mais objetividade, determinação e até maior vontade.
Conversou com o Bruno Peixoto durante esse período?
Jânio Darrot: Ainda não mas eu ero visitar todos os deputados. Quero conversar com o Bruno também. O processo é democrático. Posso até não ter o apoio, mas conversar eu posso. Ninguém vai negar me receber. Não quer dizer que eu vou conseguir o apoio de todas as pessoas que vou visitar. QUero visitar não só o Bruno como também outros deputados e assim o farei também na Câmara dos Vereadores com o presidente Romário Policarpo e outros parlamentares. Agora, eu realmente irei fazer uma pré-campanha. Não tem necessidade do governador fazer lançamento, lá na frente, daqui até a convenção, eu quero trabalhar para me viabilizar. Tenho certeza que ele irá me referendar e acho que ele o fará com muito gosto. Tanto ele, como o Daniel, vão ficar felizes com meu crescimento dentro desse processo.
Não tem necessidade do governador importar um nome de fora da base, como no PL?
Jânio Darrot: Acredito que não. Lógico que em política existe as possibilidades que ficam em aberta. O PL não esteve na eleição de governador, mas a gente sabe da amizade e da proximidade do Wilder com o governador. Do deputado federal Gustavo Gayer, do Major Vitor Hugo. Do próprio governador com o ex-presidente Jair Bolsonaro. É natural que eles conversem. Eu tenho certeza que se eu apresentar condições de ser o candidato, acredito que vou ter o apoio do governador Ronaldo Caiado e do vice Daniel Vilela.
O senhor tem uma experiência ampla política, já foi prefeito duas vezes de Trindade, além de uma vida empresarial consolidada. Vale a pena passar por tudo isso e voltar a investir numa pré-candidatura?
Jânio Darrot: A política não segue a lógica do cotidiano, da vida normal e empresarial. Ela é movida por sentimentos e paixão. É algo até irracional. A disposição que eu tenho hoje supera a razão. Friamente eu poderia pensar que era loucura me aventurar numa eleição tão difícil. Mas é esse desafio que me move e para mim é importante. É a maneira que eu tenho de ajudar as pessoas e de contribuir com a cidade com a melhoria de vida de uma maneira geral onde as pessoas vão ter serviços públicos de melhor qualidade e vão sentir com melhores auto-estima.
O senhor fala em políticas públicas. Se o caminho for pavimentado, se o senhor foi escolhido candidato e ganhar nas urnas, talvez o desafio maior seja administrar Goiânia pelos próximos quatro anos numa cidade que vai estar numa situação crítica. O senhor tá ciente disso?
Jânio Darrot: São situações como essa que me fazem ter disposição e determinação. Goiânia precisa de um gestor eficiente, de uma pessoa que venha devolver aos goianienses a qualidade de vida que a capital sempre ofereceu aos seus moradores. Esse é meu objetivo. Goiânia precisa de uma pessoa como eu. Goiânia precisa de mim, assim como Trindade precisou de mim e fui prefeito lá. Nos oito anos, deixei resultados e um legado que vai ficar pra vida toda. É justamente por isso. Goiânia neste momento justifica o meu sacrifício pessoal para que eu possa dedicar a vida pública e fazer uma administração a altura do que Goiânia merece.
Não vai ficar mágoa, caso lá na frente, o governador não o apoie?
Jânio Darrot: De maneira alguma vai ficar. Mas não vai acontecer isso. Mais dois meses pela frente, eu acredito que essa pré-candidatura estará consolidada. E vamos ter o apoio do governador como eu já tenho agora. Eu não tenho dúvidas que o governador também torce para que tudo dê certo e eu possa viabilizar essa pré-candidatura. Só me serve viabilizar essa candidatura. Quero formar um grupo vencedor e demonstrar que a candidatura tem viabilidade. Não quero ser peso, não quero ser candidato pesado. Daqui até agosto vou conversar com jornalistas, políticos e defender meus princípios, defender o que sofri, além de toda essa agressão que eu senti e minha família sentiu. Vamos debater tudo isso e enfrentar tudo o que passei.
O senhor citou dois meses. É o prazo que o senhor quer viabilizar sua pré-candidatura para viabilizá-la?
Jânio Darrot: Essa candidatura está consolidada. Eu não tenho dúvida que eu consigo colocar essa candidatura de pé. Tenho experiência e faço política com coração e emoção. Vou construir essa candidatura porque a cada dia ela está sedimentando. Eu falei dois meses, porque você citou agosto. Eu já tô falando que não preciso de esperar agosto. Você vai ver que em dois meses a minha candidatura vai ser vista como uma candidatura definida.
fonte mais goias