Advogado e pastor são indiciados por dizer que guarda idoso e negro deveria estar em uma “cocheira”

Um advogado e um pastor foram indiciados por desacato e injúria racial por dizerem a um guarda de hospital, em Piranhas, que ele deveria estar em uma “cocheira”. O homem negro e idoso, de 65 anos, sofreu preconceito por não permitir a entrada no local fora do horário de visitas.
O caso aconteceu aconteceu em novembro do ano passado, mas ganhou repercussão nesta semana. A Polícia Civil revelou que, após a negativa do guarda, o advogado empurrou o portão e tentou forçar a passagem. Naquele momento, ele também “mandou” a vítima “procurar uma fazenda para trabalhar”.
Já o pastor chegou a menosprezar a função pública. “Você não tem vergonha de trabalhar num lugar desse?”, fez a pergunta ao idoso.
Em seguida, os dois se aproximaram do balcão de enfermagem e o advogado continuou: “Como vocês deixam ‘um nego desse’ trabalhar aqui? Ele deveria estar em uma cocheira, local de abrigo de carroças e cavalos.”
Depois das falas preconceituosas, o idoso teria chorado e começado a passar mal com hipertensão, precisando ser medicado, segundo a corporação. Foi somente em janeiro deste ano que ele foi à delegacia para denunciar o caso.
Tanto o advogado quanto o pastor foram indiciados por desacato e injúria qualificada pelo racismo. Houve agravante de pena por se tratar de funcionário público e de estar junto a outras pessoas. O nome dos suspeitos, contudo, não foi divulgado. Desta forma, não foi possível localizar a defesa dos mesmos.
fonte mais goias